Ah... Carnaval é muito bom! Samba, suor e cerveja, como eu disse em textos passados, de recentes tempos antigos. É a hora de ficar perto do mundo, jogar o corpo na multidão, coisas de quem se guardou pra quando o carnaval chegar, como cantou Chico naquela música de letra otimista e melodia melanco-depressiva, a cara da quarta de cinzas, não do Sábado de Zé Pereira, como – penso eu – ele queria dizer.
Carnaval é, definitivamente, o aval à carne. “Ai, que hoje eu sou da maneira que você me quer...” A gente pinta o rosto, sua, se mela, se molha, se beija e canta e dança e bebe e ama, apaixona e, na quarta, pirlimpimpim, acaba. O cara viaja, o cara trabalha, o cara namora... Ah... Grande desilusão do amor aquela Noite dos Mascarados. É a vida, é bonita e é bonita.
O bom do carnaval, mesmo, mesmo (posso dizer?) é a convenção da anonimicidade. É fazer o que quiser, e eu e você não nos conhecemos, não queira saber quem sou, não quero saber quem és. O bom mesmo é não ser ninguém.
Pra quem ta namorando... pra quê serve? Por que carnaval? A graça maior de todas foi abolida (a não ser pr’aqueles que adoram cornar). E agora?