quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Letra mais linda é aquela do Caê – Um índio.

Porque eu consigo imaginar a estrela. E um índio que sai da estrela. E, em contraste com o nosso futuro admirável mundo, aquele ser, de pena e pintura, vai mostrar o óbvio. Esses nossos óbvios mesmo, capazes de se tornarem ocultos de tão evidentes.

O índio vai ser (e é) aquele olhar não tão frio. Ou aquela necessidade do toque, do abraço, do algo mais a ser dito. O índio é a sanidade no meio de tudo isso meio louco. O índio preservado em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico. Ai que falta a gente sente todos os dias de um Ser assim. Com maiúscula mesmo, porque exige identidade, esforço e, mais que tudo, equilíbrio: pra ser índio, pra ser são, pra preservar a alma.

São nesses tempos do bate-ponto, bate-estaca, bate-punheta, Bat-paciência que a gente vive mesmo. E nem adianta reclamar e bancar a isolada na Torre de Marfim (já foi a época de Baudelaire), porque é preciso viver, mesmo no meio de tantas incongruências. Mas feito uma estrela-cadente, de repente, repentinamente, a gente cruza os olhares com algum índio, que retribui um mesmo olhar de reconhecimento, típico do “somos da mesma tribo, segredo nosso”. É isso o que sustenta, é encontrar índios na selva. De concreto, vale ressaltar.

A gente reconhece pelo olhar, meio brilhoso de índio encantado e perdido. E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer assim, de um modo explícito. Muitos nem falam, apenas sorriem, ou pregam o olhar. Para os menos experientes (tipo eu), ainda há susto, mas com o tempo acostuma-se com sorrisos especiais de alguéns desconhecidos. São índios, Caetano, e eles não são milagres divinos, são almas dentro de corpos, o que é precioso, já que existem muitos somente corpos.

Alguns índios vivem nas nossas ocas, outros estão pelo mundo, espalhados e vivos a espelhar o já não tão óbvio mundo. Amanhã virá, sim, um novo índio, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi, apaixonadamente como Peri, virá que eu vi, tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi, o axé do afoxé, filhos de Gandhi, virá...

2 comentários:

Jorge Cerqueira disse...

:) e esse é meu blog. tímido, tímido, mas não digo eles passarão, eu passarinho :) só direi quando ler mais livros do quinto ana mário :)

ah, mim jorge, você bai :) bai bai brasil :)

sabe o q apareceu na verificação de palavras aqui abaixo que pra mim é sempre algo poesia? othlop. aí misturo minhas experiências. othelo. e lo(o)p q é uma banda que vi por aí. muuuuuuuuuuuuuito barulhenta. e o pedal loop eu gostaria de comprar pra fazer umas músicas muito mind-blowing, corpo voando alma andando.
agora sim, lerei os outros posts :)
e com el tuyo consentimiento, adicionarei el tuyo blog :)
mi spanish is like a stone, not a rolling stone, like a stone hum... audioslave, blergh, amigo meu fã, meu amigo é gente boa, mas era pra ele gostar mais do bob dylan do que o crhis cornell :)

Eve. disse...

Olá! queria avisar que te um Selinho pelo otimo blog! Parabéns! Dps passa la no meu blog pra dar uma olhada!
beijos!!

htt://evefelix.blogspot.com