segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ah... Carnaval é muito bom! Samba, suor e cerveja, como eu disse em textos passados, de recentes tempos antigos. É a hora de ficar perto do mundo, jogar o corpo na multidão, coisas de quem se guardou pra quando o carnaval chegar, como cantou Chico naquela música de letra otimista e melodia melanco-depressiva, a cara da quarta de cinzas, não do Sábado de Zé Pereira, como – penso eu – ele queria dizer.

Carnaval é, definitivamente, o aval à carne. “Ai, que hoje eu sou da maneira que você me quer...” A gente pinta o rosto, sua, se mela, se molha, se beija e canta e dança e bebe e ama, apaixona e, na quarta, pirlimpimpim, acaba. O cara viaja, o cara trabalha, o cara namora... Ah... Grande desilusão do amor aquela Noite dos Mascarados. É a vida, é bonita e é bonita.

É carnaval. O aval. A carne. Ladeiras de Olinda derrubando gente, é o frevo, o sábado, a super lotação, o suor trocado e – a gente sabe disso – fins e inícios de namoro. É data marcada para um novo ciclo de 5 dias. 

O bom do carnaval, mesmo, mesmo (posso dizer?) é a convenção da anonimicidade. É fazer o que quiser, e eu e você não nos conhecemos, não queira saber quem sou, não quero saber quem és. O bom mesmo é não ser ninguém.

Pra quem ta namorando... pra quê serve? Por que carnaval? A graça maior de todas foi abolida (a não ser pr’aqueles que adoram cornar). E agora?

Nessa chuvinha de Recife, o que a gente quer mesmo é o edredom. O ninho. O frio. O tempo a escorrer até o próximo feriado do mês, do ano, dos próximos anos... 


2 comentários:

Jorge Cerqueira disse...

no carnaval aprendi que os taxistas são fãs de chapolin colorado. a infelicidade é que ser fã não significa levar de graça o passageiro. se fosse o chapolin mesmo, talvez. eu não contava com a astúcia deles.

Ana Vallestero disse...

kuss