sábado, 3 de dezembro de 2011

coringa

um jogador cansado ela pediu que ele fosse. entregasse as cartas, desse fim à interminável partida, esquecesse os parceiros, desistisse do lance final... chega da contagem dos números, seleção de naipes, combinação de cores. a vida é mais, homem. vem pra cá. deixa disso. conjunção de almas não é truque numérico do carteado. não é pensado. só acontece. sai do quadrado e vem pra desordem do mundo real, ela disse. ele fez que não. jogo é jogo. ouro com ouro. copas com copas. ela rebateu: ouro com espadas ou copas ou paus... tanto faz! sai da mesa. abandona essa ocupação besta, rapaz. vem pra cá. ele titubeou. fez que sim. jogou fora todas as cartas do baralho. no outro dia, pela manhã, ela encontrou um coringa no bolso da sua calça. é. o coringa ele jamais abandonaria.

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