sábado, 5 de janeiro de 2008

Somente Sons

Gesticulava descontroladamente, emitindo palavras, quase todas alheias a sentidos, apenas havia fonética, sons, para preencher os espaços vazios, os comas ou, também, o momento silencioso e atordoante do staccato de uma música pessoal em extrema desarmonia, fruto de acontecimentos considerados ilógicos perante os conceitos preestabelecidos.

“Enfrentar modelos”, ação consumada, contudo sem a presença de tal propósito considerado “precursor” para os libertadores de visões impostas e adeptos aos desejos que infringem a cultura a qual cerceia os pensamentos e impõe limites e “anormal” para as pessoas adaptadas às formas estabelecidas, muitas vezes pouco questionadoras, característica valorosa quando – plim! – o mundo gira, as certezas invertem-se, e um universo de novas experiências perigosas, no entanto fantásticas, se abre.

Mundo tradicional. Das leis, dos limites, das imposições e dormências. Novamente o mundo dos anestesiados que não se questionam. A carteira de identidade diz pouco. Todos falam bastante, mas dizem poucos válidos comentários. Durante esse momento, eu falo eloquentemente, e com outras intenções, porque emito sons para afugentar o sentimento de indiferença que tenho por todos aqueles que supõem as merdas que falam verdades tão absolutas.

Nenhum comentário: