quinta-feira, 17 de abril de 2008

Lembranças da minha infância como borboleta

A verdade é que temos um ciclo de vida bem diferente do das borboletas. Elas amadurecem nos seus casulos e abrem os olhos e asas para o mundo, jardim de tantas flores, e cores, e animais, beija-flores e mariposas. O ar deu fôlego ao crescimento das asas, em busca da absorção de liberdade. Gosto do contato, das sinestesias ímpares, mas perfeitas.

Eu, humana, nasci borboleta. Borboleta-pequenina. De várias cores, como as borboletas dançarinas de Vinícius. Nasci borboleta bailarina, feliz por viver entre outras borboletinhas inocentes e ansiosas pelo céu azul com nuvens de algodão.

Como a metamorfose das mariposas, transformou-se o jardim em pântano, alagadiços misteriosos que me traziam mais medo do que conforto. Fui virando borboleta castrada, sem tanta liberdade de vôo. Depois fui pegando gosto, ou me acostumei ao receio do antigo belo, passando a me recolher um pouco das minhas viagens de borboletinha.

Em pouco tempo, me recolhi a um casulo, o princípio de vida das verdadeiras borboletas, amáveis e não-humanas. Não-humanas por serem amáveis. Cresci naquela crosta protetora após a visão do pântano, dos animais selvagens, dos terrenos alagadiços, das nuvens em estado condensado.

4 comentários:

Unknown disse...

eita Oo
tá cada dia melhor,hein?
tu é uma borboleta,uma "sodadinha", uma fRor,um jardim inteiro,sabia? x}


amo vc.

Unknown disse...

tá na hora de postar!

DJ Mucuri disse...

Borboleta... Butterfly em inglês, farfalla em italiano... Bom, o idioma é o que menos importa. O fato é que há uma grande importância nesses insetos maravilhosos: elas têm dois pares de asas membranosas cobertas de escamas e peças bucais adaptadas à sucção. De tempos em tempos se transformam em mariposas e ficam com antenas rectilíneas que terminam numa bola, pelos hábitos de vida diurnos, pela metamorfose que decorre dentro de uma crisálida rígida e pelo abdómen fino e alongado (o que muitos chamam de casulo). Quando dormem, as borboletas dobram as suas asas para cima. Quando acordam, porém, colocam as asas para baixo e dão o primeiro vôo do dia. Talvez seja isso que todos nós gostaríamos de fazer quando acordamos: voar. Sobre o texto, Bárbara. Digo que só mesmo alguém com muita sensibilade consegue ver, numa borboleta, a beleza que está por trás de seus mistérios. É isso, continue escrevendo!

... disse...

No final, só se confirma que tudo na natureza humana, como ela reage com o ambiente e como o interpreta está ao avesso.

Chaplin já dizia.