quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Ao som de "Desde que o samba é samba",
agora na voz de Gal
 
É nessa rotina meio massificante de casa-escola-escola-casa que a gente cria as relações mais presentes. Existem, sim, aqueles amigos de longe que, quando perto, mostram-se ainda e sempre amados e amáveis. Tem aquele que a gente vê nos bares e cantos da cidade, sempre pronto pra um brinde. Tem o colega do inglês, o da natação, o do cursinho, aquele que sempre está do seu lado pra passar a fila, o assunto, o comentário inútil e necessário nos minutos de silêncio. Existe toda a espécie de figurinhas que compõem o dia-a-dia de quem tem, sim, muito o que fazer. Nesse álbum tem também o amor, guardado para os dias de folga e espaçamentos livres do dia (é a parte boa da rotina) e pai e mãe, sempre ali, com o canto do olho aberto em atenção ao filho eternamente pequeno. 

Nesse bolo de personagens, existem aqueles que estão sempre ao lado, diariamente, a todo o momento, prontos para o brinde, para o comentário inútil, para o carinho e, é claro, com o canto do olho sempre aberto, em atenção às falhas e vitórias. É esse tipo de figura que suporta as suas tensões pré-menstruais, escuta com uma comumente desatenção as suas crises desimportantes e passageiras. Esse tipo tem, sim, o cacife de falar dos seus erros, a paciência de ser a vela das suas ficadas mais estranhas e a ousadia de fazer o convite de ir ao centro da cidade nas horas mais quentes do dia. Por ação do destino, algumas pessoas cruzam rotinas com as nossas, mas somente poucas, digo, uma ou duas, atendem ao tipo de figurino e personalidade de que falo. Não adianta: elas quebram tudo o mais de normal, cronológico e infeliz de um desses dias meio massificantes. É fato que existem diferenças em todo esse meio, mas o amor é enorme e, não adianta reclamar- desde que o samba é samba é assim. 


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